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Poemas de Amor e de Mágoa

PAI

Pai,

encontrei-te frio,

hirto e só,

olhos fitos nos meus,

lábios cheios de emoção

e coração que parou.......

No coração que chorou,

não me viste,

não sorriste,

nem me deste um beijo,

e até me esqueceste

nas loucas horas

que viveste

no coração que parou.............

 

MÃE

Mãe,

ver-te assim,

desprotegida

nua de sensações,

amor

e perdida,

é dor na alma

que não cala

a tristeza,

nem tão pouco a ironia

de ser um eco

no vazio do pensamento

ou no tempo

de ser quem era.....................

 

DESCULPA

Meu pequeno,

pequenino,

desculpa

o tempo que perdi

sem ti.......

Desculpa

as carícias que não dei,

os beijos

e as brincadeiras

que se esqueceram....

Desculpa,

meu filho,

o ser que sou,

e desculpa, também,

eu não conseguir ser

o que na realidade sou........

 

FILHO

Às vezes,

acordo

com um beijinho

teu,

ou melhor,

um beijinho meu.....

Menino d´oiro,

menino meu,

que bom que é,

meu amor,

            ser teu……………

 

ODE AO AMOR

O amor

não se apaga,

não se esgota,

na música do tempo

porque se quer,

porque se tem,

porque se é

tamanha força

e ilusão

de nascer

e voltar a nascer,

de criar

e voltar a criar,

esperanças,

dúvidas e certezas,

de que é nosso

o Mundo,

que o Sol

e a lua

e a luz

são partes

de nós próprios

num todo

indivisível

de que nós somos

o fogo da lareira,

o fogo da paixão,

o fogo

da vida.

Que sem calor

e chama ardente

não

é vida,

nem

música para sonhar,

mas sombras,

sombras do passado,

sombras de medo,

sombras

de desilusão,

de não conseguir

o ideal,

a tentativa

da perfeição

Afinal tudo é apenas,

não mais

do que conquistar

a noção

da beleza,

da bondade,

da generosidade,

não mais

do que sermos

nós próprios

em conjugação,

em uníssono,

num viver a dois

que se prolonga

no espaço e no tempo

aos olhos de quem não tem,

ou não quis,

ou não soube

ser a semente,

a força

dum ideal,

duma presença,

duma chama,

que arde

e se vê

ou não se vê,

num lugar

para além

do coração,

talvez mesmo

no fundo da alma

e da própria vida......

 

ODE À TRISTEZA

Escura

é a palavra

solidão

que será,

dor

o que se sente,

no tempo e na cor,

na vida

e no amor.

Nada que fazer,

nada que sorrir,

é vida

que foge

atrás

do tempo,

atrás

do sonho

Sensação

de dor

sensação

de ausência

sensação

do nada,

do nada ser.

Na lágrima

que cai

a expressão que têm

os teus olhos tristes,

no meu

calor

um beijo seu.

Somente

a sombra,

somente

a dor,

unicamente

o teu olhar,

unicamente

o teu coração,

unicamente

os teus lábios

a dizer

amo-te,

sem

o teu corpo

na resposta.

Em teu colo

cai

uma lágrima

pequena

e leve,

chora que chora,

perdida e só,

querendo viver,

querendo

pensar,

querendo ser vida.

A lágrima

é sempre

dor

da mágoa

de estar só,

mas há sempre tempo

para que

o sonho

de uma vida

se torne realidade.

 

ODE AO TEMPO

Tempo

o dirá,

tempo

o será,

não sei que tempo

eu vivo

eu quero

ou eu não quero,

não sei

se posso,

eu ver

um pouco mais além,

no horizonte,

no além mar,

no além sol.

Mas o tempo,

atrás,

não pode ser

o tempo adiante,

nem o fundo

do coração,

ser a paixão

mais do que o ser,

a dor

e o amor

na prece da oração

a Deus,

à vida,

à família

ao amor

num tempo que voa

porque o passado

não tem asas,

mas mágoa

de não querer

deixar de amar,

de não querer

perder

a vida

no tempo que corre

sem parar

no instante,

na sensação

e no momento.

Tempo

que tempo

não mais

é passado,

presente

ou futuro,

tempo

é viver

e amar,

tempo

é querer

e poder

tempo

é parar

para escutar

o coração,

sem parar

no tempo

e sem tempo

para parar

e escutar

um não........

e sem perdão.......

 

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